Novo Peso

A Obesidade

Fases da Dieta

Como ocorre a perda de peso?

A perda de peso ocorre devido a redução da ingestão alimentar pela restrição
gástrica e a disabsorção de alguns nutrientes. No primeiro mês após a cirurgia,
a perda ponderal é mais acentuada, cerca de 10% e após 1 ano poderá chegar
a 40% do peso pré operatório. Sendo assim, o monitoramento regular do paciente
submetido à cirurgia da obesidade é um dos aspectos essenciais para o processo
de perda e de controle de peso.

Importância do acompanhamento nutricional na cirurgia da obesidade

Nas primeiras semanas após a cirurgia ocorre intensa perda de peso e acompanhamento nutricional é essencial para evitar carências nutricionais. Uma dieta equilibrada e muito bem planejada em relação aos macronutrientes (proteínas, gorduras e carboidratos), micronutrientes (vitaminas e minerais) e líquidos é fundamental para manter o organismo bem nutrido, principalmente, nos primeiros meses após a cirurgia bariátrica.

O acompanhamento nutricional é essencial para evitar a desnutrição do paciente.. A visita ao nutricionista nos primeiros seis meses é mensal, passando a ser trimestral e semestral, conforme a evolução clinica. Este vínculo propicia o controle do peso, identificação de possíveis intolerâncias alimentares, prevenção de deficiências nutricionais através da adequação de suplementos nutricionais, acompanhamento de exames laboratoriais e avaliação antropométrica periódica. Desta forma, os resultados perduram o ocorre maior adesão ao novo comportamento alimentar.

Avaliação Nutricional no Período Pré–operatório

Aspectos avaliados:

  • Tentativas frustradas de tratamentos clínicos para emagrecer com profissionais especializados, através de dietas e/ou medicamentos;
  • Medidas antropométricas: peso, altura, circunferência abdominal. Índice de Massa Corporal (IMC: > ou = 35kg/m² + comorbidades / > ou = 40kg/m²);
  • Hábitos alimentares: horários, quantidades, qualidade das refeições, hidratação, "vícios" como: refrigerantes, café preto, chá preto, chimarrão e doces;
  • Restrições, alergias ou intolerâncias alimentares, principalmente, à carne, leite e derivados;
  • Comorbidezes atuais associadas à obesidade: DM, HAS, dislipidemia, apneia do sono,etc.
  • Sintomas gastrintestinais: diarreia, constipação, náuseas, vômitos, flatulência;
  • Dificuldades para mastigar e/ou deglutir, salivação;
  • Exames laboratoriais;
  • Uso de álcool, drogas, cigarro;
  • Compreensão dos riscos de deficiências nutricionais e da necessidade de um plano alimentar equilibrado com suplementação de vitaminas e minerais por toda a vida, assim como, uso de suplemento protéico durante período após a cirurgia.
  • Disposição e disponibilidade para incluir atividade física regular no seu dia-a-dia;

Esses aspectos são identificados através de uma anamnese nutricional criteriosa e e servem como subsídios para o nutricionista fazer a melhor abordagem sobre as mudanças no comportamento alimentar.

Cabe também ao nutricionista orientar o paciente, ainda no período que antecede a cirurgia, a conduta dietoterápica que será adotada no pós-operatório. Exemplos: fases, quantidades, qualidades dos alimentos, freqüência das refeições, ensinar a comer devagar e mastigar exaustivamente, hidratação adequada e manejo com náuseas, vômitos, constipação intestinal e desconforto pós prandial.

Evolução da dieta

A alimentação deve evoluir gradativamente e ocorre normalmente em 4 ou até 5 estágios, conforme tolerância e evolução clínica do paciente.

  • 1 No pós-operatório imediato o paciente permanece em jejum e após liberação da dieta pelo médico inicia-se com a ingestão de líquidos claros (chás claros, sucos diluídos e coados, caldo de sopas coados, água de coco, água mineral) em pequenos volumes (50 – 100ml) e conforme orientação prévia da nutricionista. O objetivo desta fase é a hidratação. Já em casa segue com uma dieta líquida completa em pequenos volumes (leite, sucos, sopas ralas, suplementos nutricionais e protéicos) por aproximadamente 15 dias. O objetivo é adaptação aos pequenos volumes, oferta de vitaminas e minerais, hidratação e preparo para iniciar lentamente a nutrição.
  • 2 Depois de aproximadamente 30 dias da cirurgia, a dieta evolui para líquida pastosa. Neste estágio, todos os alimentos devem ser liquidificados.
  • 3 Em torno de 60 dias após a cirurgia, os alimentos são oferecidos na consistência pastosa à branda. Fase da mastigação exaustiva.
  • 4 Em torno do terceiro ao quatro mês após a cirurgia, são introduzidos alimentos na consistência normal, inclusive saladas cruas, em pequenos volumes e de acordo com a tolerância individual.

Recomendações

  • Siga rigorosamente o plano alimentar prescrito, conforme cada estágio orientado pela nutricionista;




  • Evite os alimentos ricos em gorduras, como: manteiga, margarina, óleo, maionese, molhos gordurosos, carnes gordas, frituras, queijos gordurosos em todas os estágios da dieta;




  • Siga uma dieta equilibrada, mesmo que pobre em calorias. É importante, gradativamente, incluir todos os grupos alimentares em sua alimentação, mesmo que seja em pequenas quantidades, conforme orientação nutricional;




  • Evite o consumo de doces. Os alimentos que contêm muito açúcar (geléia, mel, xarope de milho, leite condensado, doces, refrigerantes, marmelada, goiabada, figada, compotas de frutas com calda e outros), provavelmente, não serão bem tolerados por alguns meses após a cirurgia. Os doces são evitados nos seis primeiros meses;




  • Evite bebidas com gás, chimarrão, café passado e chá preto por um ano após a cirurgia. O álcool é desaconselhável por tempo indeterminado;




  • Beba os líquidos somente nos intervalos das refeições ( 30 a 40 minutos após) em pequenos goles;




  • Permaneça com o alimento alguns minutos na boca em todos os estágios da dieta para que receba a ação da saliva; A partir da terceira fase é necessário além de salivar, mastigar os alimentos exaustivamente. Lembre-se: a digestão inicia na boca com a salivação e mastigação.